28.4.06

Faria uma poesia para você
Se você fizesse sentido para mim
Mas tal qual não faço diferença alguma
No mundo que você construiu

Fico sem palavras frente a quem não lê
A lírica monossilábica do meu sim

25.4.06

Escrevi isso ano passado...

Uma garota. Dúvidas, desejos e anseios a permeiam, ela tropeça. Cai e se levanta.
Não se sabe aonde vai, mas sabe-se o que se quer. E ela sabe. Ela o quer. Talvez não seja passível de explicação plena, mas no furacão de seus momentos, ela o abraça, o amassa, o apalpa e sabe que é bom tê-lo e tem certeza de que ele também gosta. Talvez fossem feitos um para o outro, talvez fosse atração, mas ele a hipnotiza com alguns movimentos, a voz melódica, um certo grau de timidez e recolhimento que o iluminam num charme ainda maior.
Mas fora desse âmbito de dois, há toda a vida. E todas as vias que ela implica que se tome. Pouco sabe da vida dele, exceto algumas frases deixadas ao acaso, puro escape da boca de outrem. É provável que aprecie bons livros, talvez boa música. É provável que faça sexo. Mas na vida tudo é provável e é isso que a corrói, dúvidas. Haverá luz no fim do caminho? Haverá cores finda a escuridão?
As frases, as frases são muito caras a ela. Gosta de lembrar-se de tudo o que lhe disseram. Que venha a praga, a guerra e o fim. Tudo o que fica são lembranças. Talvez seja esse o valor de bons diálogos. Há algo de visceral que sai da alma quando se fala sem pensar, a beleza emprestada ao ar por meio de frases generosas, passionais, emergenciais, ou simplesmente, espontâneas.
A beleza nos é cara, mais do que o alimento. A beleza enternece. Mas não se vê muita beleza em dias cinza de cigarros muitos e pouca conversa. A composição é a arquitetura das relações. Conversar é como andar de mãos dadas, é compartilhar, dar-se a conhecer, exibir alguma polegada de face oferecida à contemplação. Coisa rara, mas nem tanto.
E ela queria falar-lhe, ouvir-lhe. Tudo o que sai da sua boca miúda é sagrado, tem valor, deve ser levado à sério. Não é idolatria, é encanto.

22.4.06

Presentinho da Lets para mois:

BIA


Beatriz

Beatrix

Bia –s- fera

Bia por um triz

Bia atriz

Bia nada trisca

Atroz atriz Mono Bi atriz

Zirtaib

Bia nada beata

Bia brinca

Bia é um brinco
Meu amor de fato
Nunca mais ninguém terá
Pra fatiar

Serei apenas tua
Como é minha
A tua manha

Eterna manhã
Madrugada ensolarada
debaixo dos lençóis

6.4.06

Augusto dos Anjos nas mãos
Pregos nos pés
Ácido na língua

Flores mortas no peito
Gelo por toda cavidade óssea
Frio frio frio

Um cigarro de ópio aceso de quando em vez
Aventa suas cinzas pelo chão

Desprezo!