24.5.17

 Meu amor, que delícia a nossa história! Relendo nossas memórias escritas a dois no Messenger. No mesmo dia também reli meu mapa astral. Aí tudo se encaixa. Eu com minha excessiva postura defensiva... Eu te culpando pelos meus problemas. Eu duvidando do seu amor. E você foi a pessoa mais linda que eu conheci. Tão linda que eu não consigo acreditar. Parece irreal. Minha paranoia insiste em questionar como se tudo fosse para me conquistar. Não foi. Você estava sensivelmente envolvido. Relembrar esse amor me encheu de alegria e vontade de recomeçar e exprimir as qualidades que você via. Você foi a pessoa que mais me entendeu no mundo todo. Inclusive as características que você apontava estão no meu mapa. Está tudo tão vivo na memória... Nossos oito primeiros encontros. Você ali ao lado tentando ajudar de todas as formas. É assim que quero lembrar de você. E sei que você também tem a memória de como se identificou comigo. Não quero estragar essa memória viva. Por hoje é tudo.

23.5.17

Meu amor, me perdoa! Eu não era como você pensou. Era tão ruim que seria inimaginável. Ainda não sei porque duvido de você. Você de fato se importou e tentou me ajudar mas eu era muito mais difícil do que você poderia prever. Não tinha como, meu amor, você suportar tanta sugação. Eu sequei seu caule. Tenho certeza que você fez o que pôde. Mas era muita carga para você. Perdoa por não ter sido mais doce e amiga. Por não ter olhado para você. Eu não tinha como te ajudar naquela configuração egoísta e medrosa em que estava. Você merecia muito mais amor. Era o que você queria e precisava. E eu só te derrubando minhas dificuldades porque você abriu a porta. Você que de início viu em mim sua dupla, de loucura. Alguém com quem você pudesse ser quem você estava deixando de ser, que te acolhesse e te trouxesse a chance de reviver bons momentos. Eu tinha muito mais problemas do que alguém poderia prever. Que pena que não estava preparada para o seu amor. Só queria ter retribuído mais.

22.5.17

Meu amor, que saudade, meu amor, me desculpa!
Eu não era quem você pensou que eu fosse, na verdade eu tenho tentado me tornar desde antes de te conhecer. Mas minha  falta de pavio se atracou com suas contradições e aí explodi como nunca.
Relendo todas as nossas conversas, lembrando de como a gente se entendia e se acolhia...
Dói ainda, ficou uma reconciliação eterna comigo mesma e com nossa história.
Em algum momento você também me decepcionou, mas agora sinto que te amo apesar de tudo. É na decepção que o amor se valida...
O que dói é o saldo que ficou, não poder sequer falar com você. Isso é típico de amores fortes, mas no nosso caso parece apenas que é terror de mim mesmo. Já tinha tanta dor e conflito antes, depois que te procurei a dor ganhou um plus. O que antes era uma hipótese é real: você me despreza.
Fica um luto por uma história que tinha tanto carinho e amizade e acolhimento, e tesão, e pele, e encontro. E agora essa história é só uma tela em preto silenciosa como obra vetada pela ditadura.
Eu me sinto amordaçada, mas sei que é bom não te atordoar mais com minha verborragia. Minha cabeça ainda resgata a fantasia de conversar pessoalmente contigo, e de me humanizar, mostrar que foi muito duro porque eu deixei de saber quem é você... O mesmo aconteceu contigo, mas eu estava tão longe da sanidade que eu não te levava a sério. Sei que você experimentou o horror comigo.
Eu te traumatizei e te esgotei, mas eu só queria ao menos amizade, mesmo que distante.
O tempo todo quase fica um pêndulo entre nosso amor passsado e sua frieza presente, eu não entendo tanta frieza, eu não dou conta. Poderia ter ficado ao menos um pouco de carinho e consideração, mas eu me recuso a cobrar qualquer coisa. Não quero mais esse papel, essa roupa de criança mendigando... Dói a sensação de que eu passei como uma tempestade e não sobra espaço nem na borda do seu desenho de casinha com sol.

13.5.17

Só quero melhorar

Mais um dia em que dormi mal e levantei tarde e fica parecendo que sou apenas uma preguiçosa. Só não descansei, não dormi nada de manhã, precisava ao menos de um banho para seguir o dia. Mas é Dia das Mães e não importa que eu tenha ajudado em tudo como pude para você não sair da casa que gostava, e que isso tenha me destruído financeiramente. E que você tenha me metido num puta problema por conta de se endividar e não honrar um contrato no meu nome. Tudo parece justificável pelo fato de eu ser filha e ter o dever de acudir a mãe. E tudo bem que nem eu me aguento por ser tão vulnerável e me perder com facilidade, eu já estou saturada da minha instabilidade e me sinto uma vergonha. Mas o ponto é que te acolhi quando você fez a maior merda da vida, mas não deu pra segurar porque eu também fiz merda e ficou inviável. Eu sou o Joãozinho mentiroso, ninguém acredita que posso melhorar, e é difícil mesmo. Mas eu vou. Porque eu quero. Será que não tem jeito de você acreditar que estou aqui por mais uns 15 dias se depender de mim e que justamente por isso eu preciso de paz pra resolver o que falta e ir embora? Presente comprado, espero que goste. Eu tô mal, tô cansada demais, tô caída demais, desmoralizada demais. Tá sendo pesado sair de casa me sentindo gorda, fracassada e desequilibrada. É um custo lidar com tanta ansiedade e angústia. Será que dá pra considerar que eu também tenho necessidades e que não é pra sempre? Eu sou apenas uma visita indesejada nesse momento. Mas quanto menos você pesar, mais rápido eu poderei ir embora...